Já à algum tempo que ando a ouvir, no mais variados meios de comunicação social algo que me desperta bastante o interesse (e sobretudo, o entusiasmo):
UMA POSSÍVEL PONDERAÇÃO DE UMA HIPOTÉTICA E SUPOSTA CANDIDATURA CONJUNTA DE PORTUGAL E ESPANHA À REALIZAÇÃO DO CAMPEONATO MUNDIAL DE FUTEBOL EM 2018!
Entusiasmado porquê? Basicamente porque sou um apoiante deste ideia à já algum tempo e estas são as minhas razões (que acho serem boas...independetemente de outras opiniões):
1) Portugal, com a sua elevadíssima reputação internacional em termos de organização de eventos desportivos resultante da brilhante organização do Euro 2004 (que teve como única mácula a nossa derrota na final...DAMN YOU GREECE!) está muito bem colocado a nível institucional para ser um dos favoritos à organização. Para além disso, Portugal é um país que vibra com o futebol e que não vive sem o futebol (e os dirigentes da FIFA sabem-no...). Juntando a tudo isto um país que é neste momento Campeão Europeu de Futebol, um país com grandes raízes futebolísticas e, sobretudo, um país com grande influência a nível da UEFA e da FIFA e um país que é considerado das maiores potências futebolísticas do Mundo (que é obviamente a Espanha), temos uma combinação que muitos dos analistas do futebol diriam que é, simplesmente, perfeita.
2) Portugal, com a proximidade geográfica e facilidade de acessos que possui com Espanha consegue tornar fácil o que noutros Mundiais conuntos parecia difícil (ou impossível...Mundial 2002 Japão-Coreia do Sul...does it ring a bell?). Com o TGV pronto em 2013 (fora os atrasos, derrapagens financeiras, despedimentos intercalares, protocolos empresariais duvidosos e todos os outros "contratempos"...) e com as várias vias que continuam em construção e as novas que irão certamente surgir, a comunicação viária entre os dois países é irrepriensível.
3) Não será demais também relembrar que, devido ao grande investimento em infraestruturas desportivas no âmbito do Euro 2004(estádios, vias de acesso, estacionamentos, fanzones, zonas de estágios de equipas, etc.), o investimento neste nível seria mínimo, já que os estádios principais de Portugal (Luz, Alvalade XXI e Dragão) estão classificados com 5 estrelas pela FIFA, o que significa que podem albergar jogos de categoria mundial, não precisando de remodelações:
Para além disso, Espanha possui 5 desses estádio com 5 estrelas (Santiago Bernabéu, Camp Nou, Vicente Calderón, Olímpico de Sevilha, Olímpico Lluís Companys), sendo que alguns deles irão mesmo sofrer remodelações ou ser reconstruídos de raíz (não no âmbito do potencial Mundial), o que dá grandes avanços logísticos à candidatura:
ESTÁDIO SANTIAGO BERNABÉU
ESTÁDIO SANTIAGO BERNABÉU (Futuro, segundo especulação)
CAMP NOU
CAMP NOU (Futuro)
ESTÁDIO VICENTE CALDERÓN
ESTÁDIO VICENTE CALDERÓN (Futuro)
ESTÁDIO OLÍMPICO DE SEVILHA
ESTÁDIO RAMÓN SANCHÉZ PIZJUÁN (substitui o Olímpico de Sevilha para o Sevilha FC)
ESTÁDIO OLÍMPICO LLUIS COMPANYS
ESTÁDIO CORNELLÁ-EL PRAT (substitui o Estádio Olímpico Lluis Companys para o RCD Espanyol)
Acrescentamos a estes ainda os novos estádio do Valência FC, do Bétis de Sevilha e do Atlético de Bilbau, também eles de 5 estrelas, respectivamente:
NOU MESTALLA
FUTURO ESTÁDIO DO BÉTIS DE SEVILHA
SAN MAMÉS
Este conjunto de estádio perfaz 11 estádios de nível 5 estrelas na Península Ibérica, prevendo-se ainda que apareçam mais, sobretudo em Espanha, com outras remodelações não mencionadas. No entanto, em caso de selecção, Portugal terá de remodelar pelo menos entre 2 a 5 estádios de modo a ter também uma justa distribuição de jogos no Mundial (investimento que não será muito avultado creio...).
4) Para de vizinhos, Portugal e Espanha são parceiros estratégicos em grandes áreas como a Economia, a Energia e o Comércio e uma iniciativa destas poderia abrir portas, não só a novos investimentos internos como a iniciativas exteriores à Península Ibérica e Europa. Tirando as contra-partidas económicas do Mundial (que é directamente proporcional à sua organização...), uma parceria destas pode dar origem a negócios e consórcios comuns extremamente interessantes do ponto de vista financeiro para os dois países, até porque um Mundial serve também para estreitar laços já existentes, como é óbvio!
5) Ficou demonstrado que o Euro 2004 e o período durante o qual este se desenrolou foi um período de festa, não só devido aos êxitos da selecção (...pelo menos até à final...DAMN YOU GREECE!) mas também porque nesse período as tristezas do país (que não eram poucas e que, honestamente, eram bem mais preocupantes que as actuais...) foram enviadas para segundo plano, dando origem a uma onda de optimismo, alegria, patriotismo e euforia saudável que, honestamente, falta a Portugal neste momento. Falta a atitud e tresloucada de abraçar quem quer que esteja ao nosso lado quando a selecção marca um golo no Porto e a vontade de subir à estátua do Marquês de Pombal (e cair dela...) para festejar a passagem às meias-finais em Lisboa. Ninguém esqueceu esses tempos e são poucos os que não têm saudades deles...assim como são poucos aqueles que não têm a bandeira nacional arrumada delicadamente no seu sotão ou na sua arrecadação à espera de esta ser novamente hasteada no seu modesto parapeito de janela, como se aquele apartamento fosse uma embaixada da alegria e do orgulho português! E tudo isso...faz falta!
E estas são as minhas razões (e certamente a de muitos outros apoiantes desta iniciativa...). Mas como isto é uma candidatura, temos obviamente alguns oponentes:
QATAR
Parece que este pequeno bocado de terra à beira-mar plântado lá pelo meio da Península Arábica (que não é NADA ao pé da grandiosidade da Ibérica) tem um Sheikh (Hamad bin Khalifa...aparentemente é Sheikh e Califa ao mesmo tempo!) que gosta muito de desporto (mas só de ver...a avaliar pela figura, não parece que o senhor seja muito activo...) e que, após ter visto a candidatura da sua capital (Doha) aos Jogos Olímpicos de 2016 ter ido por água abaixo, decidiu virar-se para o Mundial de 2018...o senhor Sheikh é que ainda não percebeu que é mais fácil o Brasil ganhar com uma candidatura às Olimpíadas de Inverno de 2020 do que o Qatar ganhar uma candidatura ao Mundial contra Portugal e Espanha!
RÚSSIA
Ora bem, com a questão da Geórgia ainda em plano de fundo, não me parece que a Rússia fosse um sítio que atraisse muito turista (até porque com um país pequenino tão bom para atacar, quem se rala mesmo com futebol?)...mas fora isso, haverá alguma coisa melhor do que um Mundial de Futebol num país que no Verão regista uns exurbitantes 12ºC de dia? SIM! Um Mundial em dois países com calor, praias e uma mão cheia de bikinis ambulantes!
AUSTRÁLIA
Um belíssimo país...para o SURF! Dar o Mundial 2018 à Austrália é como dar um Óscar a Einstein: pode ter a sua piada...mas não faz sentido! Um país com koalas, wombats (ou "vombates", uma das pérolas da tradução portuguesa...) e bandicoots (que pela mesma ordem seria o idiota "bandicute"...) não é certamente um país que atraia por ter um Mundial...uma pessoa quer ir à Austrália para ver a Casa da Ópera, ou ver uma eliminatória de um campeonato de Surf ou ver cangurus...para ver futebol...esqueçam! (sim, já organizaram uns Jogos Olímpicos e tal...mas e então? Nós temos 4 Ligas dos Campeões nos nossos palmarés!)
INGLATERRA
Uma palavra: cliché. Berço do futebol, mãe das bolas, progenitora do fanatismo futebolístico, temos uma data de rótulos para meter à Inglaterra acerca do futebol...e o problema é mesmo esse! Não faz sentido um Mundial em Inglaterra devido, exactamente, aos fãs: QUEM É QUE VAI EMBEBEDAR-SE 6H ANTES DO JOGO, PARTIR TUDO O QUE VIR À FRENTE QUANDO SOFREM UM GOLO E FESTEJAR COM MESAS E CADEIRAS DE CAFÉS PARTIDOS QUANDO GANHAM? No seu próprio país não pode ser...porque é deles e estão lá os papás e as mamãs! Até porque era chato serem eliminados por Portugal nas penalidades no seu próprio país...a nossa segurança ficava COMPLETAMENTE comprometida já que "eles são mais que as mães"...seria um Mundial caótico! NEXT!
BENELUX (Bélgica, Holanda e Luxemburgo)
Claramente falta a esta candidatura bom senso, já que nunca devem ter ouvido concerteza a expressão "Dois é bom, três é demais!"! Qual é a ideia de colocar um país que é metade do Algarve numa candidatura conjunta a um Mundial? Haverá realmente espaço no Luxemburgo para construir um estádio 5 estrelas sem demolir milhares de casas e desempregar milhares (vá...centenas...........ok...dezenas...) de pessoas? Don't think so...
Portanto...como podem ver, a concorrência não é grande! O que falta para "fechar o negócio"?
Em primeiro lugar, ambas as Federações, Espanhola e Portuguesa, parecem estar em sintonia quanto ao benéfico desta ideia. Gilberto Madaíl e Angel Maria Villar acham muito boa ideia ao projecto (que por enquanto é só isso...) e remetem qualquer comentário e decisão final para o ónus da questão: O PODER POLÍTICO!
Ao que parece, Laurentino Dias, secretário de Estado da Juventude e do Desporto, gostou bastante da ideia e afirmou até que "Portugal só tem a ganhar se estiver numa candidatura conjunta". Resta saber o que Sócrates achas disto...
Quando pensamos que o principal obstáculo à organização deste evento é a crise, as outras candidaturas ou mesmo o alinhamento dos planetas, é nesse ponto que entra em cena o principal "inimigo" desta candidatura: CAVACO SILVA! Citando o Presidente, Portugal:
"...terá de pensar bem se temos recursos para organizar um tal mundial..."
E nisso todos concordamos...mas gostava de relembrar o Presidente que o Mundial é em 2018...NÃO EM 2008! Obviamente que o País possui recursos...e se não os possuir, arranja-os, conjuntamente com Espanha! Mas o Presidente diz mais:
"Neste momento, Portugal tem outras prioridades nacionais"
Só é pena não dizer quais (provavelmente fazer comunicados incompreensíveis ao país quando "lhe pisam os calos")...já que aparentemente são tantas que impedem a Federação de sequer teorizar uma iniciativa como um Mundial de Futebol...Mas vamos ser directos, está mais que provado que o Presidente definitivamente NÃO GOSTA de grandes iniciativas (acho até que se dependesse dele só havia Campeonatos Distritais...), como ele próprio diz:
"Quando era primeiro-ministro, já o problema da realização de um Mundial de futebol, e até de uns Jogos Olímpicos se tinha colocado ao Governo"
...aos quais o próprio Presidente colocou algumas "reticências"...se fosse tão cauteloso com a taxa de desemprego e a economia no seu mandato como Primeiro-Ministro as coisas teriam saído bem diferentes...mas como se não bastasse, a "teoria do gosto por negar eventos desportivos de grande calibre" confirma-se facilmente, olhando para trás para o ano de 2001, quando Cavaco Silva se pronunciou acerca do Euro 2004, subscrevendo a opinião de um seu ex-ministro da Economia que dizia que "o Governo devia repensar a organização do Euro 2004" (isto a 3 anos do início da competição)...a isto se chama idiotice pragmática: a tentar subverter algo cujos indicadores eram vagos (ninguém sabia até que ponto o Euro seria vantajoso para Portugal...) usou a táctica (emprestada...que é o mais ridículo) do status quo: há coisas melhores para fazer, há prioridades mais urgentes...e havia...só que nem essas estão ainda hoje resolvidas (e nunca irão estar enquanto forem objecto de comparação nestas discussões). Para além disso, MAS QUE RAIO DE WANNABE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA É ESTE QUE SUBSCREVE UMA OPINIÃO QUE DEFENDE UMA QUEBRA DE COMPROMISSO GRAVÍSSIMA EM RELAÇÃO A ALGO BASTANTE DISCUTIDO, DEBATIDO E CONSENTIDO EM VÁRIOS RAMOS DA SOCIEDADE? Cavaco merecia "comer o chapéu" quando Portugal chegou à final desse mesmo Europeu e ainda levar com um belo "Roteiro" (a bola...) na tola para ver se assenta definitivamente as ideias! Cavaco revelou-se atrasado em arranjar substância para esta discussão e mostra como obsoleto está em relação ao panorama desportivo actual. O que vale é que em 2010 há Presidenciais...e o Projecto "Mundial-2018" só terá de estar pronto em 2011...